sábado, 28 de fevereiro de 2015

BLAZE BAYLEY - Teatro Odisseia (RJ)



BLAZE BAYLEY
Teatro Odisseia - Rio de Janeiro/RJ
5 de fevereiro de 2015
Texto e fotos: Daniel Dutra

"O prefeito do Rio de Janeiro disse que um ciclone estava vindo para a cidade, por isso era perigoso ir para o show do Blaze Bayley. Deixou todo mundo com medo. Foda-se ele. Meus fãs são malucos." Não chega a esse ponto, mas é fato que, diante do alarde feito por Eduardo Paes, mas sem direito a ciclone, aqueles que arriscaram sair de casa são corajosos. Em uma cidade que não tem nada de maravilhosa quando chove forte, em um bairro – a Lapa – que sofre com alagamentos quando o céu desabafa –, a expectativa de uma tempestade era motivo suficiente para (quase) ninguém sair de casa. Foi até mesmo razão de muitas empresas liberarem seus funcionários no meio da tarde. Resultado: depois de uma chuva passageira, trânsito tranquilo à noite e não mais do que 50 pessoas no Teatro Odisseia para ver o ex-vocalista do Iron Maiden.



Nada que o desmotivasse, uma vez que parecia estar à frente de 500 pessoas (a lotação da casa) – antes, para um público relativamente menor, o violonista Thomas Zwijsen apresentou o seu Nylon Maiden, ou quase. O belga, que gravou com o vocalista o álbum “The King Of Metal” (2012), mandou até mesmo “Highway Star”, do Deep Purple, em meio a versões de “The Trooper”, “The Evil That Men Do” e outros clássicos da Donzela. O garoto esbanja talento, e o trabalho é interessante, mas na medida certa até uns 30, 40 minutos. Depois, difícil negar que ficaria cansativo. Voltando à atração principal da noite, Bayley fez jus a algumas observações antigas deste que vos escreve. Parte delas óbvias, diga-se.


 

A começar pela diferença que é ouvi-lo cantar as próprias músicas, não as do Iron Maiden que não foram feitas para ele – minha primeira experiência, no Monsters Of Rock de 1996, não foi das mais agradáveis. “Voices From The Past”, “Brave” e “The Launch”, que foram o ponto de partida do show, ratificam que o Heavy Metal mais direto, menos intrincado e épico recebe melhor a voz de Bayley. “Wrathchild” foi a primeira amostra do catálogo de seu ex-grupo – e uma surpresa, na verdade, pois entrou no lugar de “Speed Of Light” – e abriu caminho para um set que priorizou o Blaze, especialmente o álbum “Silicon Messiah” (2000), e a Donzela.

 

Acompanhado dos brasileiros do Tailgunners – os competentes Lely Biscassee Raphael Gazal (guitarras), Lennon Biscasse (baixo) e Gustavo Franceschet (bateria) –, o vocalista mostrou que a vida musical fora do Maiden merece uma conferida. “Stare At The Sun”, “Ghost In The Machine”, “Kill & Destroy” e “Soundtrack Of My Life”, por exemplo, não vão mudar o mundo, nem mesmo o rumo do som pesado, mas valem a audição. E se o público era pequeno, era também de admiradores.Diante de todas as circunstâncias, quem estava lá não foi movido pelo curiosidade de ver um ex-Iron Maiden. Todas as letras estavam na ponta da língua, mas é claro que não dá para espantar o fantasma da Donzela.

 

“When Two Worlds Collide”, “Futureal” e “The Clansman” foram recebidas com grande entusiasmo. Além disso, reforçaram a minha opinião de que “Virtual XI” é muito melhor que “The X Factor” – não que os dois discos sejam grande coisa, porque não são.Mas o último trabalho com Bayley seria mais palatável se as guitarras não soassem como aquelas tonantes da Giannini. Mesmo “Como Estais Amigos”, que substituiu “Sign Of The Cross” no set, e “Virus” tiveram brilho próprio.

Abraçado à sombra do Iron Maiden, Bayley voltou para o bis com “Fear Of The Dark” e “Man On The Edge”, que causaram uma catarse desproporcional ao tamanho do público, mas... Olha, “Fear Of The Dark” é mesmo funcional. Não à toa um garoto à minha frente passou toda a música tocando uma guitarra imaginária como se estivesse tendo uma convulsão, acompanhado por uma menina que dançava sensualmente (nem tanto, nem tanto...) sem sincronia alguma com o som que saía dos alto-falantes. “Fear Of The Dark” causa mesmo uma comoção, mas não dá mais. Nem “Stairway To Heaven” e “Smoke On The Water” saturam tanto – bom, até porque estas não parecem canções feitas por um grupo de adolescentes que acabou de ganhar seus instrumentos e compôs a sua primeira música. Com o perdão da sinceridade.

 

Ao fim da apresentação, Bayley atendeu pacientemente a todos com fotos e autógrafos – o que não foi um problema diante de poucagente – antes de trocar algumas palavras com a ROADIE CREW. E resumiu a noite com um misto de agradecimento e frustração. “Eu tenho de valorizar meus fãs, estes que vieram depois de o prefeito ter pedido para as pessoas não saírem de casa. Por isso digo que meus fãs são os melhores, porque é muito bom saber que há alguém curtindo a minha música, seja na situação que for. Mas eu não toco mais no Rio de Janeiro nesta época do ano, no verão carioca, porque não dá para correr esse risco de novo”, disse o vocalista, referindo-se ao show em janeiro de 2013, num dia em que a chuva também afastou o público. “Eu não quero lotar arenas, não lamento não estar tocando em lugares maiores. O que eu quero é lotar este lugar.” Apagada as luzes, Bayley, com mochila nas costas e mala na mão, seguiu tranquilamente pela Mem de Sá, tradicional rua da Lapa, até entrar num bar para comer algo e beber algumas. Gente como a gente.



Setlist
1. Voices From The Past
2. The Brave
3. The Launch
4. Wrathchild
5. Stare At The Sun
6. When Two Worlds Collide
7. Futureal
8. Silicon Messiah
9. Ghost In The Machine
10. Kill & Destroy
11. Como Estais Amigos(era Sign Of The Cross)
12. Virus
13. The Clansman
14. Soundtrack Of My Life
15. 10 Seconds
Bis
16. Fear Of The Dark

17. Man On The Edge

Fonte: Roadie Crew

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Blaze Bayley - Londrina/Pr - Hush Pub (06/02/2015)


Por Felipe Sandoval

Após percorrer algumas regiões do Brasil, Colômbia e Bolívia com shows do projeto Metal Singers, que contava também com a participação dos vocalistas Udo, Ripper Owens e Michael Vescera, o perfomático e carismático Blaze Bayley está fazendo uma tour por algumas cidades brasileiras. A presença de Blaze em terras tupiniquins durante o início de cada ano já tornou-se uma tradição. Uma das incógnitas era qual banda daria suporte ao Blaze, já que o material de divulgação colocava como fazendo parte do evento em Londrina a banda italiana Lunar Explosion e o violonista Thomas Zwijsen. Quanto ao músico holandês, todos sabiam que faria um pocket show de abertura. Outra incógnita era o set-list: Blaze daria prioridade à sua carreira solo ou abrangeria a sua fase com o Maiden?
Indo a Londrina, eu mantive a esperança que a banda de suporte seria a The Best Maiden e que o set-list seria focado mais na carreira solo. Nada contra sua fase no Maiden que na minha opinião possui composições marcantes e emblemáticas, mas os fãs do Blaze em carreira solo sabem o quanto nós o admiramos e o acompanhamos nos anos pós-Maiden, já que a maioria dos álbuns são verdadeiras obras-primas do heavy metal.
Por volta da meia-noite subiu ao palco a banda italiana Lunar Explosion. Sendo assim, uma das incógnitas estava respondida: os italianos vieram ao Brasil abrir alguns shows do Blaze para divulgação do trabalho. Quanto à sonoridade e estilo da banda, nada de novo e surpreendente na medida em que executam um powermetal melódico com influências de Helloween dos anos 80 e algo de Judas Priest.
Na sequência entrou no palco o talentoso violonista holandês Thomas Zwijsen, conhecido por suas versões de clássicos do Iron Maiden no violão e por ter acompanhado o Blaze em sua banda nas gravações e tour do álbum King of Metal e do Ep acústico Russian Holiday. Thomas teve dificuldades para iniciar o set pois as caixas de retorno estavam dando microfonia e muitos estalos. Após uns 10 minutos de conversa com o técnico da mesa de som, foram feitos os devidos ajustes e Thomas iniciou o show, tocando clássicos do Maiden como Aces High, Revelations, Phantom of the Opera e Run to the Hills, como também a grande surpresa e um dos pontos altos da noite - Highway Star do Deep Purple. O mais impressionante foi ver Thomas conduzindo facilmente com seu violão o público inteiro do Hush Pub que o acompanhou cantando as letras.
Minutos após a saída de Thomas, por volta da 1 e meia da matina, sobe ao palco Blaze Bayley, acompanhado pela banda The Best Maiden, tocando a música Voices from the Past do álbum 'The Man Who Would Not Die', que diga-se de passagem ficou muito boa como início de show. Apesar do cansaço físico visível, Blaze não deixou se abater pela extensa tour e já no início agitou muito. Com sua performance carismática, intimou todos do Hush Pub pra pular e agitar. No entanto, no início parecia incomodado com algo - novamente, as caixas de retorno davam sinais de problemas, mas Blaze Bayley resolveu 'insanamente' e rapidamente: durante as duas primeiras músicas, retirou os retornos e os colocou em pé na frente do palco. Assim, as caixas de retorno funcionaram para o Blaze durante o show inteiro como uma extensão do pequeno palco do Hush Pub, pois ele não se conteve, cantando em cima delas rodeado pelos fãs. Assim a banda tocou o set inteiro sem qualquer retorno. 
Uma das surpresas do set-list foi Wrathchild, composição do Maiden da era Paul Di'anno, que sempre se encaixou muito bem na voz do Blaze. Entretanto, considero desnecessária a inserção de músicas do Maiden que não sejam de sua fase na banda, pois a carreira solo possui várias composições primorosas que não foram contempladas infelizmente no set como faixas dos álbuns 'The Man Who Would No Die' e 'Promissor and Terror'. Além disso, se é pra tocar músicas do Iron Maiden, por que não inserir 'Sign of the cross' e 'Como estais amigos'? A falta desta me surpreendeu, pois estava sendo tocada no projeto Metal Singers. 
A performance emocional de Blaze em Stare at the sun cativou a galera no Hush Pub. O vocalista ganhou potência vocal e evoluiu muito a sua interpretação com o passar dos anos. Nesse momento, percebi que muitos que estavam ali conheciam as composições da carreira solo, cantando as letras e vibrando. Impressionante também é a entrega de Blaze ao público ao olhar nos olhos de cada fã insanamente, pedindo para cantar e agitar.
Outras surpresas da noite foram 'Silicon Messiah', 'Ghost in the Machine' e 'Kill and Destroy'. Destaque para o baixista Lennon Biscasse e o guitarrista Lely Biscasse que executaram com perfeição e fidedignidade não só as músicas da carreira solo como também da era-Maiden. Diga-se de passagem, o baixista possui algumas semelhanças com Steve Harris fisicamente e nos trejeitos ao tocar. Em The Clansman, o Hush Pub veio abaixo com a introdução do baixo, tocada com perfeição. 
Ao anunciar a música Soundtrack of my Life e a coletânea que celebra 30 anos de carreira, uma fã subiu ao palco, abraçou e beijou Blaze em sua costeleta. Blaze, sorridente, continuou abraçado com a fã enquanto rolava a introdução da música e seguiu até o canto do palco, mostrando para a moça descer. São nesses momentos que o vocalista demonstra todo o carinho e envolvimento com os fãs. 
Ao final do show, Blaze Bayley pronunciou uma de suas falas tradicionais com algumas alterações: 'Não irei ao camarim após o show. Descerei aí e beberei cerveja com vocês no bar. Preparem as máquinas, pois tirarei fotos com cada um de vocês. Vocês tem medo de beber cerveja comigo?'. Repetindo várias vezes essa última frase, olhando para o público com um olhar insano e assustador, Blaze anunciou a música 'Fear of the dark'. Apesar de achar desnecessária por se tratar de uma composição do Maiden na era-Dickinson, ao ser cantada por Blaze atualmente percebe-se o quanto sua voz e interpretação evoluiu nos últimos 15 anos. 
Após a introdução da última música da noite, 'Man on the edge', a banda pára e Blaze grita: 'Scream for me Brasil'. Ironicamente ou não, já que essa frase é uma das marcas de Bruce Dickinson, Blaze começa a rir e questiona: 'aqui é o Equador?; aqui é o Paraguai?; aqui é a Colômbia?; aqui é a Bolívia?'. Após o público negar todos esses países, Blaze insiste questionando se estava na Argentina. Nesse momento, o Hush Pub em peso gritou 'NÃO' e Blaze bradou: 'Scream for me Brazil'; e assim a banda deu sequência na execução de um dos maiores clássicos do Maiden durante a era-Blaze Bayley, finalizando o show. 
É inegável o carisma e talento de Blaze Bayley, como também seu respeito e apreço pelos fãs. Assim como é inegável o profissionalismo e qualidade dos músicos da banda The Best Maiden que dá suporte ao vocalista em suas tours pelo Blaze. A energia que Blaze passa em seu show não mudou em nada em relação aos anos anteriores: agita, íntima o público para cantar e pular, enfim dá o sangue em cima do palco. No entanto, senti a falta de músicas dos álbuns 'The Man Who Would No Die' e 'Promise and Terror', obras-primas do heavy metal. Por outro lado, o excelente álbum 'Silicon Messiah' foi bem representado com 4 músicas, o que pode indicar o direcionamento do próximo disco, previsto para o ano que vem. Com isso, mantemos as expectativas para o lançamento de mais outro petardo de sua discografia. 






Set-list: 
Voices from the Past
The Launch
Wrathchild
Futureal
When two worlds collide
The Brave
Stare at the sun
Silicon Messiah
Ghost in the Machine
Virus
Kill and Destroy
The Clansman
Ten Seconds
Soundtrack of my life
Fear of the Dark
Man on the edge



quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

BLAZE BAYLEY EUROPEAN TOUR 2015

 
Blaze Bayley publicou em sua página oficial nofacebook algumas datas da nova tour européia juntamente com um breve texto:

Estou voltando para a Europa em maio-junho de 2015, com Absolva como a minha banda de apoio. Estaremos tocando músicas de toda a minha carreira e mais músicas do Silicon Messiah do que o habitual, para nos prepararmos para a nossa celebração especial de aniversário do Silicon Messiah, no SOS festival, dia 18 de julho.

Esta tour nos levará pelo Reino Unido, Alemanha, França, Bélgica, Suíça, Polônia, Letônia, Escandinávia...
Mais shows estão para ser confirmados.

Mal posso esperar para ver os meus fãs europeus novamente!

Felicidades,
BB



Análise: BLAZE - "Tenth Dimension"


O site Iron Maiden Brasil, através de seu colaborador Elias Cavalheiro trouxe uma minuciosa análise, faixa por faixa, do  segundo álbum da carreira solo de Blaze Bayley , "Tenth Dimension" (2002). Confiram:



*Forgotten Future: Apenas uma introdução. Não tenho porque dar uma nota para ela serve mais para abrir a faixa seguinte

*Kill and Detroy: Uma faixa que da a impressão que serve como protesto quanto a tirania de governos. Um motivo para isso se dá pelo uso do termo “Mão Invisível” que aparece algumas vezes na letra da música. Para aqueles que não manjam muito de economia, Adam Smith citava o termo “mão invisível” que regeria a sociedade moderna no livro “A Riqueza das Nações”. Esta mão em questão seria as leis do mercado que seriam determinantes nas relações interpessoais e nos monopólios que se formavam das classes dominantes no início do período econômico chamado de Liberalismo.
Sobre a música: melodia legal, refrão bem trabalhado, tem uma harmonia e um ritmo bem trabalhados. 4 Eddies.

*End Dream: A letra é um tanto complexa e não será na primeira vez que você conseguirá entender o que Blaze Bayley quer dizer completamente. Aí vai o que eu consegui abstrair: a música fala sobre as frustrações do personagem quanto à realização de seus sonhos. A letra não especifica que tipos de sonhos são estes, mas expõe muito bem o desespero ao encará-los, até os chama de Demônios.
Sobre a música: melodia meio bunda, não me surpreendeu, achei indiferente. Mas não é uma música ruim. 3 Eddies.

*The Tenth Dimension: Outra letra que mete o pau no governo e principalmente na maneira arrogante do homem governar. Utilizando-se de certas artimanhas como a ira dos Deuses, o julgamento, etc. Tudo com o propósito de prevalecer com a manutenção desse sistema. A escuridão que é destacada principalmente no refrão é como o personagem se enxerga acerca desse modo de vida.
Sobre a música: solo bom, letra ótima, é empolgante de se ouvir. O refrão é feito de uma maneira que você consegue decorar e repetir com facilidade o “Here I Am” e o “Must I Be”. 5 Eddies


*Nothing will Stop Me: Letra meio genérica, mas foi bem trabalhada. Fala sobre um personagem (sempre quando eu disser personagem entendam como alguém cujo sexo não é mencionado, pelo menos por enquanto) que consegue ver as coisas além daquilo que elas realmente são, e por isso ele é taxado como louco, a ponto dele duvidar de sua própria sanidade quanto à maneira como ele enxerga o que está ao seu redor. O refrão deixa claro que ele busca o que ele considera como verdade e que não será impedido por nada que o ofusque.
Sobre a música: é legal, mas não é uma faixa que consegue ter um destaque no álbum. Mas que por gosto dou 4 Eddies.

*Leap of Faith: O ritmo da faixa já é mais frenético em relação as faixas anteriores, e a letra também ajuda muito no êxito dessa atmosfera. A música fala basicamente sobre se arriscar, dar um salto de fé (que é mencionado várias vezes no refrão). O solo dessa música é muito bonito, e mais uma vez citando, a música como um todo te faz levantar e te dá motivação. Essa motivação é para ele adentrar no mais profundo de seu eu interior.
Sobre a música: já descrevi tudo, e por ela conseguir fazer todas essas coisas vai merecer a nota máxima, 5 Eddies.

*The Truth Revealed: Outra vez uma música de preparação. Ouví-la ao vivo no show acústico é algo fora de explicação
Sobre a música: Por ser uma música de abertura, logo não darei nota para ela.

*Meant to Be: Música que faz uma análise profunda de toda a trajetória de vida do personagem, abordando as principais indagações e barreiras/cadeias que o personagem viveu por toda a sua vida em sua psique. Suas reflexões são expressas de maneira suave, e a medida que suas reflexões vão tomando proporções maiores, a ponto dele questionar as circunstâncias que o levaram a tomar tal rumo a música vai crescendo, que uma única pergunta o rodeia durante toda essa reflexão. Que é “deveria ser assim?” O coral, a mulher cantando, a preparação da bateria e o solo conseguem passar muito bem a ideia do clímax de suas emoções. E por fim ele se declara liberto e diz que viverá a vida por seus próprios méritos, que nunca mais cairá, ele não deve mais cair. “Não deveria ser assim”.  O personagem desta música é o próprio Blaze Bayley. A maior evidência disso é pelo próprio momento da carreira que ele passou, e até hoje nos shows ao vivo ele interioriza e interpreta aquilo de uma maneira muito pessoal.
Sobre a música: É a melhor faixa do álbum, a mais profunda, a mais bem trabalhada, Blaze Bayley interpretou muito bem a letra, até porque ninguém melhor do que ele para fazer isso. Pois o mesmo passou pelos mesmos problemas. Nota: 5 Eddies.

*Land of the Blind: Fala sobre a maneira que nós somos cegados, a ponto de não olharmos para dentro de nós mesmos e enxergarmos nosso próprios valores, e não a apenas seguir as ordens. O final é a parte mais intrigante da música, pois nós nunca estamos totalmente libertos, quando você pensa que está livre e que não é mais alienado é aí que você se aliena mais. O sistema sempre quer que você pense que já sabe demais, para que você fique sabendo de menos.
Sobre a música: ela é boa, ela mostra de um ponto de vista mais pessoal a situação em que os homens são condicionados a pensar para que a grande engrenagem do mundo não “entre em colapso” (abrindo aspas para esse colapso, pois a partir do momento que você vai se libertando das cegueiras do dia-a-dia, percebe que já estamos em colapso). 5 Eddies.

*Stealing Time: Agora que o personagem se libertou, ele quer procurar as respostas para o enigma da vida, ele não encontra respostas na ciência. Ele está disposto a sacrificar sua vida de enganações, virar as costas para tudo àquilo que ele entendia como correto para assim compensar o tempo roubado e alcançar a plenitude da “verdade”. Aqui que é o ponto crucial, o que é a verdade? A verdade pode ser considerada “plausível” quando um fato acontece num determinado ponto no tempo e no espaço que pressupõe um determinado ponto de vista crítico de seu observador. Então o que é verdade para você, pode não ser verdade para mim. Lembrando que isso tudo é baseado em um sistema aberto, pois num sistema fechado como a matemática, por exemplo, 2+2 sempre resultarão em 4 independente de onde você viva neste mundo. Por que eu to falando tudo isso? Porque o propósito não só dessa música, mas desse álbum como um todo é abrir a mente do ouvinte para que ele aprenda a enxergar cada situação com um olhar diferente. E a partir da segunda metade do disco cada faixa lhe joga uma pergunta que não é qualquer meia dúzia de palavras que vai explicar o que Blaze Bayley quer mostrar.
Sobre a música: ótima, em todos os aspectos. 5 Eddies

*Speed of Light: Ela fala a mesma coisa, abordando sobre a velocidade que o tempo passa sobre nossas vidas e como não nos damos conta do que deixamos para trás. Mais uma vez Blaze diz para si mesmo de esquecer tudo aquilo que ele considerava como verdade absoluta e redescobrir a existência em si.
Sobre a música: Ela é objetiva, rápida em comparação as grandes explicações implícitas e explícitas nas faixas anteriores. A melodia e o ritmo ajudam a passar essa ideia, dando ênfase ao tempo, por isso que ela é mais rápida. Nota: 5 Eddies também.


*Stranger to the Light: Blaze está a ponto de encontrar as suas respostas que o perturbaram desde a primeira faixa. Com a ajuda de Deus (não o Deus acusador, mas o Deus essência da vida) ele conseguirá por fim achar o sentido e encontrar a luz. Na qual ele sempre se sentiu um estranho para com a mesma. Ainda há certo receio de a escuridão o levar para a cova, como é mostrado mais pro meio da faixa, mas no fim ele alcança a sua luz, sua felicidade interior. Felicidade que ele batiza como sua “Décima Dimensão”.
Sobre a música: A música fecha o álbum assim como fecha as angústias que ele tinha sobre os fatores externos (que eram expostas na primeira metade do álbum) e aos fatores internos (na segunda metade do álbum). 5 Eddies.


Coletiva de Imprensa da Metal Singers Tour [ATUALIZADO]


Confira abaixo uma matéria, realizada pelo site Rock on Stage, sobre a coletiva de imprensa realizada no Manifesto Bar em São Paulo, sobre o Metal Singers Tour, com a presença de Blaze Bayley, Udo Dirkschneider, Mike Vescera e Tim "Ripper" Owens, Quarta, 14 de janeiro de 2015.



 
         Antes da turnê Metal Singers  passou como uma avalanche por várias cidades no Brasil os quatro célebres vocalistas, que contribuíram muito para o Heavy Metal: Tim “Ripper” Owens, Blaze Bayley, Mike Vescera e Udo Dirkschneider e antes dos shows, o "quarteto fantástico" realizou uma coletiva de imprensa no Manifesto Bar em São Paulo/SP, um dia antes da viagem para o primeiro show, que ocorreu em Curitiba no Paraná.

        Os sites Rock On Stage e A Ilha do Metal participaram juntos da coletiva de imprensa, com os vocalistas e tivemos a presença de um tradutor para aqueles que não falassem inglês e ajudando na tradução e a comunicação entre músico e imprensa.
 
    A primeira pergunta veio do repórter Marcos Chapeleta da Revista Dynamite. Como foi o encontro dos quatro vocalistas e como será os shows?
        
 Blaze Bayley respondeu que a ideia foi fantástica, e que cada um terá um set curto com cinco músicas, que terá a grande paixão dos fãs brasileiros participando do show, será uma das coisas mais interessantes, pois terá música das quatro bandas clássicas.

         Nós perguntamos se poderíamos chamá-los de quatro tenores ( ou cavaleiros do Apocalipse ), já que são de estilos diferentes de quatro grandes bandas e tocando com os mesmos músicos no palco e o show certamente será descomunal.
        Udo respondeu que será muito bom, pois antes de tudo será diversão para os  vocalistas com as músicas do Accept, Iron Maiden, Judas Priest e brinca com Mike Vescera, perguntando qual seria a banda mesmo? Onde todos riram e depois menciona que fica fácil tocar assim.

 
        Perguntamos ao Mike Vescera sobre a ausência dele no Live´n´Louder Rock Fest de 2013.
        Mike Vescera respondeu que aquilo foi uma história louca, pois quando aceitou tocar no Brasil com o Loudness seria Vescera & Loudness e seria muito bom. Depois de tudo certo com o manager no Japão, se depararam com problemas de visto para entrar no país e por conta disso não conseguiria viajar, o que para o vocalista foi uma grande decepção.


A próxima pergunta foi com relação a atual situação da indústria musical, e esta foi direcionada para que todos os vocalistas a respondessem.
    Blaze Bayley  foi o primeiro a responder e disse que a música mudou, hoje em dia é muito diferente, as gravadoras estão diferentes, porém, mesmo no Underground, o Heavy Metal é popular e essa é mágica de toda da música pesada, e na interpretação, faz o público ser fiel e adquirir alguns produtos, será diferente no futuro, mas pelo público nunca morrerá.

    Já Udo disse que hoje a musica é vendida  pela Internet e o 'merchandising' tem que ser vendido no site, isso mudou muito comparado ao passado, e  com a geração que está vindo, mas tudo mudou, porém, a música nunca morrerá.

    Mike Vescera disse: "hoje existe músicos incríveis, com vários selos menores, se tornando talvez mais fácil gravar um disco, mas hoje vejo mais coisas", já que ele produz novas bandas e atua nesta área e complementou dizendo que "vê com bons olhos o futuro".

    Tim "Ripper" Owens foi surpreendente na responda e começou brincando: “Como pode ser ruim se temos o Manifesto Bar, como eu também tenho minha casa, mas vejo a cena crescendo, e sempre temos bandas excursionando, e podemos viver assim, e não está ruim, sim no Undergound, e não esta na rádio, a não ser que seja Classic Rock, tem fases boas e ruins, mas agora está muito melhor que no meio dos anos 90... aquilo foi a pior época.
         Nos anos 90, bandas como Ratt, Poison, Twisted Sister e muitas bandas desapareceram, L.A. Guns, Lizzy Borden, Anthrax, Death Angel quase desapareceram, na fase áurea tocávamos 15 vezes na América, mas agora, não está como nos anos 80 e veja Udo com 75 anos de carreira ( com o U.D.O. ) e ainda detonando".

        O site Dossie do Rock perguntou a Tim "Ripper" Owens sobre a experiência de tocar com Yngwie Malmsteen e Mike Vescera.  
O cantor americano Tim "Ripper" Owens destacou o quanto ele gosta de tocar, se bobear ele toca o dia inteiro. Quando perguntados sobre o set list todos enfatizaram que farão um 'mix' variado sobre as principais músicas de suas carreiras.

        A Revista Dynamite perguntou se existe a possibilidade de um CD ou DVD do Metal Singers?
        Blaze Bayley disse ser muito cedo e a ideia veio do produtor brasileiro Silvio Rocha da Open The Road ( e não de um produtor russo como traduzido na coletiva ) e conseguiu essa brecha na agenda de todos. Com isso será uma coisa muito especial ao público brasileiro e esse é o ponto principal, divertir todos, e se isso se tornar popular, voltaremos, faríamos algum DVD, mas fazemos isso porque amamos e a oportunidade de cantar as músicas que gostamos para uma das melhores plateias do mundo.

     Perguntamos se algum vocalista, gostaria de cantar alguma musica do outro.
        Udo respondeu brincando ao dizer "vá ao show e verá terá surpresas...."

        A repórter Alessandra Martins do site Rock Press perguntou sobre o Dr. Sin a Mike Vescera e ele respondeu: "Eu amo esses caras, são muito meus amigos e faremos outra coisa juntos, assim espero, afinal, são uma grande banda, grandes músicos e espero trabalhar com eles também.”

        Na parte final, todos os cantores falaram sobre os seus próximos lançamentos. Blaze Bayley falou que o seu será um álbum conceitual. Udo relembrou que está lançando seu novo cd cujo título é Decadent agora em fevereiro. Mike Vescera falou que produz cd´s atualmente, e por fim, Tim "Ripper" Owens nos contou que fará um novo disco Beyond Fear e um projeto mais Rock’n’Roll com Mike Kelly e Rudy Sarzo.

        Após a sessão de fotos conversamos com Mike Vescera reforçou nos dizendo que gravar o Dr. Sin II foi um disco muito especial e que gostaria de ter feito uma excursão para promover o disco junto à banda.

        Conseguimos ainda um tempinho com o Udo e perguntamos se a capa do disco I´m A Rebel, que foi lançado no Brasil era a original. E ele gentilmente nos atendeu e confirmou que a capa é a original de quando foi lançado em 1980.

         Finalizando assim este evento, os músicos se postaram para mais fotos e algumas perguntas particulares de cada um dos repórteres presentes.
 
    Por Marcos César de Almeida
    Fotos: Tatiana Maiara Foster
    Agradecimentos a Open de Road Agency e Hoffman & O'Brian pela atenção e credenciamento
    Janeiro/2015

Maiden United: novo álbum tem participação de Blaze Bayley e Paul Di'Anno








O Maiden United, projeto que executa canções clássicas do Iron Maiden com novos arranjos acústicos, anunciou o lançamento do seu novo álbum. "Remembrance" será lançado no dia 22 de maio e contará com as participações especiais dos ex-vocalistas do Iron Maiden, Blaze Bayley e Paul Di'Anno. Confira o tracklist do disco.

1. Strange World
2. Charlotte The Harlot
3. Killers
4. Remember Tomorrow
5. Burning Ambition (ft. Bob Verschoyle)
6. Futureal (ft. Blaze Bayley)
7. Aces High
8. Prowler (ft. Paul Di’Anno)
9. Still Life '15
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